Depois de surpreender com o chocante Réquiem para um sonho (2000), Darren Aronofsky voltou às telas com o impactante Cisne Negro. O filme retrata os bastidores de uma cia. de balé nova-iorquina, mostrando a acirrada competição entre as bailarinas e o clima de inveja que as cercam. Atrás dos aparentes clichês, a trama é surpreendente em vários aspectos, começando pelas boas atuações de Mila Kunis e Vincent Cassel e passando bela badalada atuação de Natalie Portman.
Nina (Natalie Portman) vive exclusivamente para a dança e é superprotegida por sua mãe. Pressionada por seu mentor e coreógrafo, Thomas (Vincent Cassel), Nina terá suas habilidades postas à prova: sua insegurança e infantilidade irão comprometer a atuação no papel principal da peça. A partir disso, Nina começa um perigoso processo de maturação, retratado em cenas fortes que fazem o público sentir na pele cada arranhão, cada sangramento da personagem.
Natalie Portman fez valer a sua entrega ao personagem. Foram quase dois anos de dedicação, entre aulas de balé e laboratório com antigas estrelas de famosas cias. Mas para mim, a atuação de Natalie chega ao clímax com a ajuda da excelente trilha sonora, que cria toda a atmosfera de tensão necessária para o auge do filme. Por isso, o meu conselho é que o filme seja visto no cinema, ou com um ótimo home theater e em um volume extremamente alto.
Até o mais incrédulo dos espectadores não conseguirá sair indiferente no final dessa história, seja pelo final surpreendente ou pelo peso psicológico. O que o filme tem de melhor é a possibilidade de levar a plateia a despertar o seu “cisne negro” que pode estar adormecido.