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segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Eu passarinho

A arte está presente em todos aqueles que querem (ou melhor, que necessitam) sair de si próprios, expandir, transcender-se, ir além. E a poesia é a expressão máxima da arte. Porque a poesia não está presente apenas no poema, ela pode estar presente no romance, na pintura, na arquitetura, na música, na flor, nos olhos, na parada de ônibus, atrás do balcão, no semáforo, numa palavra, no silêncio, num passarinho. Enfim, onde houver o desejo ou a necessidade de ir além.
Lembro que, quando criança, li em um pano de prato comemorativo aos 80 anos do Mario Quintana, aquele poema “Todos esses que aí estão/Atravancando meu caminho,/Eles passarão.../Eu passarinho!”. Achei a coisa mais boba que eu já tinha lido. Porém, aquilo não saía da minha cabeça, possivelmente por sua musicalidade. Passados alguns dias, veio aquele estalo, que os cultos chamam de “experiência estética”, ou algo assim, e consegui ver a transcendência que a poesia é capaz de proporcionar. Ao tomar conhecimento desta capacidade da poesia, podemos finalmente dizer: “Eu passarinho”.

Por Wagner "Domingo" Machado

Um comentário:

Unknown disse...

O texto toca numa questão central no que concerne à arte: a necessidade de o sujeito possuir certa experiência estética para apreciar uma obra. Não que a ausência dessa experiência impossibilite o 'gostar ou não gostar' , mas a fruição plena só se dará com ela.