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sábado, 5 de setembro de 2009

Quem quer ver um bom filme?

Ao assistir Quem quer ser um milionário? (2008), dirigido pelo britânico Danny Boyle, me pergunto por que o filme foi o ganhador do Oscar de 2009. O filme, baseado no romance Q & A (2005), do indiano Vika Saurup, conta a história de um indiano pobre, nascido na favela, que tem sua oportunidade de enriquecer ao participar do programa de perguntas e respostas que oferece um alto prêmio em dinheiro ao ganhador. A participação do jovem rapaz cria uma grande expectativa, principalmente na população pobre, que o vê como um símbolo da justiça social.
Ao retratar a vida do jovem Jamal, desde sua infância até seus 18 anos, passando por diversas dificuldades com seu irmão Samil, o filme acaba mostrando a realidade que muitas vezes é esquecida por grande parte da população: a desigualdade social. Apresentando a miséria extrema das favelas indianas, o filme acaba sendo, muitas vezes, comparado ao aclamado Cidade de Deus (2002), dirigido por Fernando Meirelles, baseado no romance homônimo do brasileiro Paulo Lins, publicado em 1997, que trata de uma realidade presente na sociedade que tenta ser varrida para baixo do tapete. Até esse momento tudo ocorre bem: a injustiça social, o protagonista que fica entre o bem e o mal, o programa de tevê como oportunidade de vencer na vida. Há, porém, a inclusão do mais velho artifício fílmico: o romance.
Ao mostrar o início da relação “predestinada” entre Jamal e Latika, o filme começa a perder o sentido. Com um roteiro previsível, acompanhado de diálogos pobres e não naturais, o filme descamba para o banal. A crítica social acaba perdendo espaço para o amor dos personagens, culminado com seu reencontro e com a vitória do personagem no programa de tevê, tornando-se assim, um milionário. A morte do irmão, criminoso desde criança, acaba lhe dando a redenção, ou seja, esqueçamos que ele foi um bandido, uma vez que morreu por uma boa causa: o amor entre Jamil e Latika.
A pergunta que me fiz no início desse texto, na verdade, é retórica. Sei perfeitamente porque o filme foi o vencedor do Oscar, em 2009. Ainda que com um péssimo roteiro, há a crítica social, assunto de sucesso nos últimos anos, o que permitiu a vitória do filme. Há, também, claro, pontos positivos, como a interpretação das crianças que fazem os três personagens principais em sua infância, e a beleza da atriz Freida Pinto. Sem contar a dança final, tradição dos filmes bollywoodianos, que, apesar de ridícula (ou por ser ridícula) traz um sorriso ao rosto do expectador.
No final das contas, preferia ter ido ver o filme do Pelé...ou não.

Postado por Nícolas "Pavarotti" Poloni

Um comentário:

Unknown disse...

Creio eu que o filme não ganhou o oscar por falar da desigualdade social, e sim por ser um filme banal
=D